São Vicente, a nostálgica ilha da música
São Vicente é a segunda ilha mais populosa de Cabo Verde, considerada a ilha cultural de Cabo Verde. O canal de São Vicente separa-a da vizinha ilha de Santo Antão, a cerca de 45 minutos sendo que a travessia é feita num barco bastante confortável, que transporta passageiros e viaturas. O porto de embarque que foi recentemente remodelado é uma boa surpresa.
A ilha vive
essencialmente da pesca, do turismo e da exploração do seu movimentado porto de
mar, o Porto Grande.
As praias localizadas em redor da ilha são agradáveis. Destaque
para a Laginha na cidade do Mindelo e a ampla Baía das Gatas, de águas
protegidas e mornas. O principal prato típico de São Vicente é a célebre
"cachupa".
MINDELO
O seu centro histórico, onde se ergue o Palácio do
Governador, conserva até hoje o encanto arquitetónico de uma antiga cidade
colonial, destaque ainda para a Praça Nova, local de encontro e de convívio nas
quentes noites do Mindelo.
Na cidade do Mindelo, de forte influência colonial cuidadosamente
conservada até aos dias de hoje, é obrigatório visitar o Palácio do Governador,
a Câmara Municipal, a Pracinha da Igreja, berço da cidade, a Avenida Marginal e
a réplica da Torre de Belém de Lisboa, o Fortim d'el-Rei e o Mercado Municipal
onde se vendem verduras, carne e peixe, bem como chás, artesanato, artigos de
beleza e roupa, o Mercado do Peixe, e por fim a Alfândega Velha.
A cidade tem uma vida noturna animada e o ponto de encontro
é por tradição a Praça Nova. A partir daqui, parte-se à descoberta da riqueza
musical de cabo verde que inclui mornas e funaná, hoje mesclado com novas influencias
como o Kizomba.
BAÍA DAS GATAS
São Vicente é ainda conhecida pelo Festival Internacional de
Música da Baía das Gatas, que se realiza no primeiro fim de semana de lua cheia
do mês de Agosto. Este ano decorrerá nos dias 12, 13 e 14 de agosto. Este é um conhecido
festival musical internacional em que milhares de pessoas vindas de todo o lado
se divertem ao som da música e que tem lugar desde 1984, tendo começado com um
encontro de amigos que se reuniam na praia da Baía das Gatas para compor e
tocar música. Hoje em dia, para além da atuação de artistas e bandas nacionais
e estrangeiras, há também desportos náuticos e uma variada programação
cultural.
O nome do festival nasceu do local onde o mesmo decorre. Baía
das Gatas é o nome de uma bela baía natural cerca de 8 km da cidade do Mindelo.
O seu nome nasceu da abundância nas suas águas de uma espécie de tubarão que se
chama tubarão-gata. A leste da Baía das Gatas fica a Praia Grande, ou Praia do
Norte, com o seu areal a perder de vista.
CARNAVAL
A tradição do Carnaval na ilha de São Vicente é muito
antiga, apesar de ser ainda pouco divulgada em Portugal. Algumas fontes referem
a as suas origens no século XII, fruto das influências do Entrudo português. É possível
que assim seja mas foi evoluindo ao longo dos tempos e atualmente é essencialmente
uma animada festa urbana.
Nesta época a ilha enche-se com turistas mas também com
muitos cabo-verdianos que habitam noutras ilhas e que visitam São Vicente para
poderem viver a singularidade do seu Carnaval. A festa caracteriza-se por um
desfile de carros alegóricos, marchas, música e muita dança. A música é um
elemento fundamental. Durante três dias toda a cidade vive um ritmo entusiasmante
e a festa toma conta de todos, desde os bailes, aos grupos de crianças que em
representação das escolas desfilam nas ruas, até ao culminar da festa com um grupo
carnavalesco semelhante aos das escolas de samba brasileiras que desfila pelas
principais artérias do Mindelo.
Tal como no Brasil os preparativos começam com muita antecedência.
É necessário escolher o tema, elaborar os esboços das vestimentas, dar início à
construção das estruturas e depois avançar com a festa. Não esquecendo as roupas
vaporosas pois o calor aperta e os ensaios com os músicos. Um júri irá avaliar
o desempenho de cada grupo e apresentará, no final da festa, o seu veredito.
A MUSICA
São Vicente encheu a história musical de grandes artistas, muitos
deles conseguiram mesmo alcançar projeção internacional. De entre tantos,
destaque para alguns músicos e cantores, fundamentais para a dinamização da música
popular cabo-verdiana.
BANA
Bana começou a cantar muito cedo, nos botequins do Mindelo e
a sua voz conquistou o mundo. Nasceu a 5 de Março de 1932, na ilha de São
Vicente, mas só foi registado no dia 11 de Março. A sua família era bastante humilde.
Bana viveu a sua infância num dos piores períodos de São Vicente, durante a
Revolta das Bandeiras Negras, numa altura em que a fome assolava a ilha. Com
quase 70 anos de carreira, Bana é um ícone da cultura cabo-verdiana.
CESÁRIA EVORA
Cesária Évora nasceu no dia 27 de Agosto de 1941 na cidade
de Mindelo, em Cabo Verde. A cantora é considerada a "embaixadora da
morna", tendo editado 24 discos, entre originais, ao vivo e em parceria
com outros artistas de vários países. Infelizmente viria a falecer a 17 de
Dezembro de 2011, aos 70 anos, embora nessa altura, já tivesse anunciado o
término da sua carreira musical.
TITO PARIS
Tito Paris é um músico, compositor e cantor caboverdiano,
nascido em 30 de Maio de 1963, na cidade do Mindelo, na Ilha de São Vicente. Cresceu
no seio de uma família muito ligada à música e cedo começou às escondidas a
deambular pelos bares da sua cidade natal. Aprendeu os primeiros acordes na
guitarra com sua irmã e começou a tocar com os irmãos e com o primo Bau. Aos
dezanove anos de idade, veio para a pedido de Bana. Lançou e produziu o seu
primeiro álbum em 1987 e mais tarde formou um grupo próprio.
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