À Mesa do Baixo Guadiana: A serra, o rio e o mar - Um outro olhar a sul com curadoria gastronómica do Chef Rui Silvestre

 



 

Para muitos as férias estão a chegar ao fim, mas ainda vai a tempo de descobrir a região do Baixo Guadiana, constituída pelos municípios de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António. O convite que vos deixo é para que o façam a partir de outros ângulos, olhando para o território de uma forma mais abrangente e integrada: a da permanência da serra, do rio e do mar, das suas gentes, dos produtores e dos produtos endógenos que habitam esta região 365 dias por ano e que enriquecem não só a paisagem, mas também a economia, a gastronomia e, claro está, o palato.

À Mesa do Baixo Guadiana: a serra, o rio e o mar é um projecto de valorização e reconhecimento dos produtos alimentares produzidos no território do Baixo Guadiana desenvolvido para nos deixar a vontade de realizar um périplo pelas paisagens, municípios, produtores e produtos desta região algarvia. Esta viagem foi conduzida ao longo de vários meses pelo Chef Rui Silvestre (Restaurante Vistas Rui Silvestre, 1* Michelin), embaixador natural da iniciativa graças à sua versatilidade e excelência, sendo a estrela Michelin com maior proximidade geográfica ao cabaz de produtos do território.

Através de diversas ações com imprensa, visitas aos produtores locais, apresentações públicas dos produtos e das receitas criadas pelo Chef Rui Silvestre pretendeu elevar-se o Baixo Guadiana e promover o destino também enquanto destino gastronómico. À Mesa do Baixo Guadiana: a serra, o rio e o mar, iniciativa que chega agora ao fim, resultou numa coleção de 10 receitas criadas pelo Chef Rui Silvestre que procurou potenciar a utilização dos produtos “estrela” da região, como por exemplo o figo, o mel e os citrinos. Aos produtos que já faziam parte das suas cartas como a Muxama, Atum, as Amêndoas ou as Ostras, o Chef Rui Silvestre passou ainda a utilizar o presunto do Feito no Zambujal ou o Iogurte de Cabra, só para nomear alguns, na sua cozinha de autor.

A nova carta do Vistas Rui Silvestre renovou assim o seu compromisso com a região. A curadoria gastronómica levou os produtos diretamente do território para a alta cozinha, cumprindo assim um dos seus principais objetivos. O Vistas Rui Silvestre, localizado em Vila Nova da Cacela, apresenta uma carta para esta temporada que homenageia os melhores produtos da Terra e do Mar, uma ode também aos produtos do Baixo Guadiana que após a curadoria têm um lugar de destaque na nova cozinha do restaurante onde o Chef Rui Silvestre eleva o melhor que a região tem para oferecer. À clássica Canja de Muxama e ao Atum Rabilho e Ostra, juntam-se agora também o Iogurte de Cabra e Beterraba, a Alfarroba e a Ostra Formosa, Beterraba e Laranja numa fusão de sabores que trazem para a mesa as memórias e origens do Chef Rui Silvestre – indiana e moçambicana -, bem como as influências das suas viagens e da sua vivência no sotavento algarvio num convite lançado pelo próprio de “embarcar num mar de sensações onde cada produto tem uma história para contar”. Para Rui Silvestre, o chef natural de Valongo mas que vive no Algarve desde os 10 anos, “esta iniciativa ajudou-me a aprofundar o conhecimento que tinha da região e a estreitar laços com os produtores. Ao longo destes meses em que procurei conhecer mais e melhor a região onde vivo e trabalho permitiu-me conhecer mais de perto os produtos e acrescentar mais ingredientes locais que enriquecem a cozinha que pratico.” Acrescenta ainda que “a experiência foi muito enriquecedora e serve também para enaltecer a nobreza dos produtos locais e dar palco aos produtores que, como sempre defendo, sem eles não há cozinha!” A integração dos produtos desta região na carta do restaurante Vistas Rui Silvestre, trata-se de “voltar ao essencial, respeitar a natureza onde os sabores são reais e os aromas são genuínos”. Além de incluir produtos da região na carta do restaurante que lidera, o chef traz-nos ainda outras receitas que destacam diversos produtos remetendo os nossos sentidos para a região, porque revela “não há cozinha sem os produtos de qualidade e não há produtos de excelência sem a sua matriz - quem os produz - e a especificidade do meio onde são produzidos”.


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