À noite, a música visita o largo: momentos únicos em Castelo de Vide
Uma noite ritmada por alguns dos grandes sucessos da música
contemporânea portuguesa e internacional, uma oficina de construção de
instrumentos de corda e a descoberta da diversidade das plantas num microcosmo
urbano compõem o programa do projecto “Onde a Vida Acontece”, a 27 de maio, na
alentejana vila de Castelo de Vide.
A vegetação do Jardim Grande (Parque João José da Luz) providenciará
a sombra para duas actividades programadas naquele que é um dos pulmões verdes
da vila alentejana. Ciência, inovação e natureza subirão ao singular palco do
coreto de Castelo de Vide, estrutura inaugurada no primeiro decénio do século
XX.
“Como se constrói um instrumento de cordas?” é a pergunta
que granjeará resposta a partir das 16h30, num convite à descoberta e participação
dos intervenientes, em torno de uma actividade endereçada a públicos de todas as
idades. No decorrer da acção, Luís Eusébio, luthier e músico, propõe-se revelar
os “segredos” da construção de instrumentos musicais cuja fonte primária de som
é a vibração de uma corda tensionada quando beliscada, percutida ou
friccionada. Numa oficina portátil instalada no coreto, os participantes na
actividade serão convidados a partirem da teoria à prática, colaborando nas
diversas fases de construção dos instrumentos.
Às 17h30, a arte, a história e as tradições assumem as
honras da casa na actividade “Não há duas folhas iguais: as plantas do nosso
jardim”, inspirada num célebre poema de Rómulo de Carvalho, que ganhou a
posteridade sob o pseudónimo de António Gedeão. Lemos em Não há duas Folhas
Iguais: “Ou nervura a menos, ou célula a mais, não há, de certeza duas folhas iguais”.
Mote para, no microcosmo que é o Jardim Grande, se prestar homenagem ao labor
da natureza, obreira de uma infinidade de formas, adaptadas aos mais diversos
ambientes.
Miúdos e graúdos serão convidados a tornar-se artistas e
cientistas por uma horas e a identificar as espécies existentes naquele espaço,
com o olhar especial de quem encontra numa folha, numa pétala, num pedúnculo as
manifestações da infinita variação da natureza. Esta actividade, orientada pela
arquitecta Susana Bicho e pela arquitecta paisagista Susana Moura, oferece um
périplo pelo mundo natural que incluirá o convite à construção de herbários e o
alerta para um tema premente, as interacções entre o homem e a natureza. A
findar a acção, os participantes poderão ingressar num cortejo de
gaita-de-foles, numa visita às principais árvores do jardim e posterior cortejo
que atravessará algumas das artérias castelo-videnses rumo aos Paços do
Concelho. De premeio, a oportunidade de visita a outros espaços verdes da vila
alentejana.
Música que prosseguirá sob as estrelas em Póvoa e Meadas. Às
21h30, far-se-á silêncio para, no Largo do Rossio, acompanhar a actuação em
palco dos artistas Vera Soldado e João Maroco, duas estrelas em ascensão no
panorama musical do país. Uma noite que trará ritmos contemporâneos, pautados
pela interpretação de temas originais, entre outros, de Pedro Abrunhosa,
Mafalda Veiga, Miguel Araújo, Carolina Deslandes, Xutos e Pontapés e
Tribalistas. Vera Soldado, nascida e criada em Castelo de Vide, formou-se na
vertente clássica na Escola de Música Adágio, em Portalegre, onde concluiu o
6.º Grau de Piano e, posteriormente, o 3.º Grau de violino. Revela muitas
influências na sua música, pois gosta de cantar nos mais variados estilos,
nomeadamente Música Ligeira, Rock, Jazz e Blues, Fado e Symphonic Metal, entre
outros. Participou em diversos projectos musicais, tais como “Os Triunphonia”; “Imprevistos
Culturais” ou “Guitolão World Project”.
João Maroco, também ele natural de Castelo de Vide, tem como
instrumentos de eleição o piano e a guitarra. Começou a tocar com 14 anos de
forma livre, sem aulas. João vê na música o hobby perfeito para relaxar e a
cima de tudo se divertir. Diz viajar enquanto produz e que a música tem poder
curativo, que é movimento para o nosso corpo e mente. Por outro lado, adora o
silêncio e é nele que se refugia para tomar decisões. Isto não o impede de
realizar uma carreira profissional, como criador e intérprete, digna de
atenção.
Comentários
Enviar um comentário