Teresa Vai de Férias – O Meu Oceano Azul

 

Em 2005, Chan Kim e Renée Mauborgne, escreveram o livro A estratégia do Oceano Azul, onde apresentaram a solução para as empresas crescerem em mercados que não estavam a ser explorados pela sua concorrência.

15 anos depois, em 2020 mesmo antes da pandemia, quando criei a minha empresa de tours em workshops, estando a morar em Lisboa, a solução mais simples seria apostar neste grande centro urbano, cheias turistas e potenciais clientes, onde tudo acontecia.

Contudo, depois de analisar o mercado, percebi que navegava num oceano vermelho e afastei-me deste universo extremamente competitivo para criar a minha empresa num local onde havia muito para fazer a nível do turismo. O meu oceano azul estava perto de Lisboa e reunia todas as condições para o negócio resultar.

Uma das grandes lições é que para vencer é preciso parar de competir, sendo que esta é a melhor forma para poder crescer nos negócios. No meu caso, a minha escolha, foi apresentar-me como parceira, estabelecendo contatos e parcerias com outras empresas de animação turística, vendendo os seus produtos e criando nova oferta e também fazendo outras parcerias, criando novos produtos, e foi assim que criei as rede de guias locais e os workshops e também foi assim que comecei a comercializar passeios de barco e passeios para ver os golfinhos.   

O que eu tinha a meu favor era conhecer profundamente o turismo e as dinâmicas de Lisboa, ou seja, eu sabia ao detalhe como funcionava o oceano vermelho, altamente competitivo, onde muitos se atropelavam por um pedaço, por vezes mínimo, de comida. Conhecendo os produtos, e as dinâmicas da concorrência, restava-me navegar para onde existia pouca concorrência e a possibilidade de alcançar novos mercados com os novos residentes da região, os seus amigos e familiares.  

Com os sem oceano, existem sempre questões que se colocaram e que me fizeram analisar detalhadamente a oferta e o mercado. Porque é que vão comprar os meus produtos? Como vão saber que eu os estou a vender? Qual o preço justo, questão especialmente complexa porque a realidade dos clientes nacionais não é a mesma de quem nos visita. Mas na minha cabeça, e durante muito tempo, ainda se colocaram outras questões: É possível criar valor, ser inovador e ter margem de lucro? Quanto tempo vai demorar até o negócio ser rentável?

Passado um ano, terrível por causa do Covid, comparo a minha empresa regularmente com a concorrência para ver como posso melhorar e depois crio novos caminhos, procuro ser inovadora, usando o que ainda não foi explorado para me diferenciar.

Ao me afastar do oceano vermelho, poupei tempo e recursos, poupei-me a mim, poupei muitos gastos, ao chegar ao oceano azul, com a bagagem adquirida no vermelho, procurei a inovação como uma constante para me distinguir.

Calculo que muitos de vocês consideram que isto é ficção. Contudo algumas grandes empresas navegam no oceano azul, onde se estão a dar muito bem. Pensem na estratégia do Cirque du Soleil, da Uber, das companhias aéreas low cost. Como é que se distinguiram? O consumidor, ao lidar com a marca, reconheceu-lhe valor. Para o cliente a o serviço é diferenciado, e a fidelização traz à marca reconhecimento. Quando se torna uma referência, passa a ser uma marca reconhecida.

Parece simples não?        



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