6 – O que muda
Tive acesso a um estudo, elaborado
muito recentemente, apresentado pela Cosec, seguradora líder em Portugal nos
ramos de crédito e caução, de que passo a apresentar um pequeno resumo:
“Cada trimestre de interrupção do
comércio internacional pode custar €700 mil milhões. Na Europa, o cenário é de
forte recessão – o PIB da Zona Euro, tal como o da Alemanha, a maior economia
europeia, deverá registar uma contração de -1,8%. Em Itália, o país até agora
mais afetado pela pandemia, o crescimento ficará nos -3,5%. O dos Estados
Unidos deverá ser de 0,5%. Isto, considerando um mês de fortes medidas de
contenção da propagação do vírus. Se as medidas se prolongarem por mais um mês,
a fatura sobe. Na Europa, por exemplo, o impacto no PIB será de -4,4%. A Euler
Hermes estima que cada mês de medidas de contenção impacte entre 20 e 30% o
crescimento das economias.
Antes da epidemia de Covid-19, já
se antecipava uma desaceleração económica internacional, mas em muito menor
escala. O atual surto reforçou largamente esta tendência, uma vez que está a
colocar as economias e as empresas sob uma pressão intensa. A análise da Euler
Hermes aponta para um aumento de 14% das insolvências em todo o mundo durante o
ano de 2020 (16% na Europa Ocidental)”.
Contudo nem tudo são más notícias,
uma vez que se espera uma recuperação no segundo semestre de 2020, por isso, de
forma responsável, é preciso não desanimar e começar a preparar hoje o futuro.
“Esta pausa na atividade económica
coloca 65 milhões de empregos em risco ou a precisarem de apoio dos Governos.
Contudo, uma vez que, embora seja acentuada, esta crise económica é de natureza
temporária, os economistas apontam para que a taxa de desemprego na Zona Euro
aumente apenas 1 ponto percentual, para pouco mais de 8%. Isto significa que
poderá haver uma perda de até 1,5 milhões de postos de trabalho nos próximos 12
meses, particularmente os trabalhadores independentes ou com contratos
temporários.
Assumindo que as medidas de
contenção são bem-sucedidas, espera-se uma recuperação em “U” da atividade
económica no segundo semestre de 2020. Contudo, a recuperação rápida não se
aplicará a todos os setores, especialmente aos de retalho e turismo, que têm
uma evolução mais lenta”.
Mas o que muda realmente ainda não
sabemos, vamos descobrindo à medida que o tempo vai passando, por isso é
fundamental uma visão responsável, mas otimista do futuro. Ficarmos à espera de
que tudo de mau aconteça não nos vai trazer bons frutos, mas começarmos já,
mesmo estando parados e em casa, a programar o regresso em pleno pode trazer à
economia nacional o empurrão necessário para que a mesma não trave a fundo.
Aqui o medo não será uma grande
ajuda, temos de preparar enquanto estamos resguardados, elaborar estratégias e
logo que seja possível, avançar de forma a que se consiga uma dinamização
rápida da nossa economia.
Se há algo que estamos todos a
aprender nestes dias escuros é que no futuro temos de estar mais atentos aos
outros, pensar em equipa e ser mais responsáveis na partilha. Acredito que este
possa ser o caminho da mudança e que seja por aqui que as empresas se possam regenerar
mais rapidamente.
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