1 - Teletrabalho



Começamos aos poucos a perceber que vai haver uma realidade antes do Covid-19 e uma realidade depois. O mundo, que rodava numa espiral frenética abrandou significativamente sendo que é de prever que o que estamos agora a viver venha a ter impacto em vários aspetos da nossa vida. Em Portugal, um dos aspetos que podemos começar já a analisar é o teletrabalho. Até ao mês passado este regime de trabalho era olhado um pouco de lado, havia um forte preconceito, havendo uma ideia coletiva de que quem tinha escolhido este regime era preguiçoso ou não se queria aborrecer muito. O teletrabalho era a escolha natural para freelancers, entre eles muitos estrangeiros a residir em Portugal, e algumas empresas, internacionais, que cedo perceberam que esta opção permite reduzir em muito os custos fixos mensais. O resto do país, conservador, agarrava-se à importância de estarmos todos juntos para sermos mais produtivos e ponto final.
Passaram pouco mais de 15 dias desde que viemos todos para casa e todas as empresas que podiam continuar a trabalhar à distância aplicaram este modelo. O que aconteceu? Funcionou! 
Com o teletrabalho é possível evitar custos com deslocações e poupar tempo em reuniões bem como em estrutura física. Esta medida, que é preventiva e que ajuda a gerir os eventuais constrangimentos provocados pelo Covid-19, pode se transformar numa nova tendência, com a chegada de novos tempos.
O mais difícil poderá ser a adaptação dos funcionários a uma nova rotina mas este período que passamos agora é sem duvida um gigante balão de ensaio, um laboratório real, onde mais tarde, e com calma, vai ser possível com certeza, elaborar estudos sobre este assunto sendo que a conclusão mais impactante poderá ser a experiencia vivida por cada empresa e pelos funcionários, sendo assim viável analisar benefícios, maioritariamente nos custos, versos o impacto negativo, que poderá passar pelo mais afastamento da equipa, pela falta de proximidade, e até, pelo impacto na saúde mental de alguns funcionários com a necessidade de se adaptarem a uma nova rotina.  
Havendo, como poderá acontecer, um impacto imediato, negativo, na receita de muitas empresas, esta poderá ser uma medida a que se poderá eventualmente ter de recorrer durante mais tempo, pelo menos enquanto pequenas empresas, sem duvida a base do nosso tecido empresarial, se restrutura e reequilibra até ultrapassar uma possível fase de retração económica, podendo ser de curta duração ou pelo menos, até que economia se restabeleça.
O que esta mudança veio trazer é que o teletrabalho veio para ficar. Depois de vivenciar a experiência por não ter alternativa para continuar a funcionar, empresas e pessoas dão sinais de estarem a perder preconceitos antigos e de estarem a entender a importância e as vantagens do teletrabalho, passando a ser algo mais banal, abrindo janela também a novas oportunidades.

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