Vamos aos Doces, Bolinhol de Vizela, Conhece?
Estive em Vizela, terra amiga e farta onde o moderno
surpreende porque anda de braço dado com as tradições. Em paralelo tinha estado
recentemente `conversa com o Virgílio Nogueiro Gomes sobre uma crónica muito recente da sua autoria
que vos aconselho a e ler: http://www.virgiliogomes.com/index.php/cronicas/962-bolinhol
O tema é o Bolinhol e depois da nossa conversa e de ler o
seu artigo não resisti a provar esta maravilha da doçaria tradicional
portuguesa. O Bolinhol é um doce tradicional de Vizela, aparentemente bastante
simples, com uma base muito próxima do pão de ló que todos conhecemos, húmido e
doce, cozinho em forma retangular e com uma calda de açúcar, que fica branca.
O meu primeiro contacto com este doce foi em casa de amigos.
Provei um belo Bolinhol mas mais moderno na sua confeção, com uma cor de
laranja mais intensa e um sabor mais encorpado. Percebi que seria sem duvida uma
evolução bastante boa da receita original, contudo não pode deixar de passar
pela Kibom onde parece que tudo começou. Com o Bolinhol que comprei, bastante
mais tradicional na sua elaboração, veio a história deste doce que é já uma
tradição da terra e que vale a pena conhecer.
De acordo com essa informação, a origem do seu nome vem do
facto da sua criadora, Joaquina Pedrosa Ferreira da Silva, no inicio do século
passado, levar o bolo para as feiras embrulhado em panos de linhol, um tipo de
linho tosco. Desde essa época muito aconteceu mas a tradição do bolo tradicional
não se perdeu.
Desde a sua criadora até aos dias de hoje, o Bolinhol preparado
em forno de lenha, que era aquecido com caruma e carqueja, ganhou fama e existem
em Vizela várias casas que preparam o doce típico da região. Pelo caminho ficaram
o linho tosco que o embrulhava bem como as caixas de madeira em que eram
despachados pelo correio ou comboio, para a história fica o facto de este bolo
ser já considerado Património Gastronómico Cultural.
Se tiver oportunidade não deixe de degustar mais este doce
tradicional português, a nossa cozinha tão rica e cheia de história merece este
destaque.
Ao meu caro amigo Virgílio Nogueiro Gomes não posso deixar
de agradecer toda a partilha de conhecimentos, que tanto me tem enriquecido a nível
gastronómico.
Incrivel como mudei de Aveiro para cá e estou a ler-te.. morando em Vizela :) e ainda não provei :O
ResponderEliminarNão é só provar um, é saborear vários para sentir a evolução deste doce tradicional. Fico à espera da opinião :)
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