Exposição “Por Teu Livre Pensamento” na Fortaleza de Peniche

A exposição é oficialmente inaugurada amanhã, dia 25 de abril, às 18:30 mas hoje fui ver tudo pelo que posso contar em primeira mão como vai ser.

Esta mostra destina-se a resgatar momentos marcantes da História Contemporânea a partir da memória do lugar, a prisão de Peniche, numa narrativa museológica que presta homenagem aos antigos presos, às suas famílias e à população de Peniche.

É constituída por fotografias, documentos, desenhos, vídeos e peças/objetos, do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade e de acervos públicos e privados. A exposição permanecerá aberta ao público a partir do próximo dia 25, data da inauguração oficial do Memorial em homenagem aos presos políticos, erguido na zona de entrada da Fortaleza.

Do acervo exposto faz parte um documento, um relatório do Tarrafal sobre as condições de vida por lá bem como sobre a vida politica da altura. Tendo já visitado o Tarrafal, relembrei-me do artigo que escrevi na altura:    https://teresavaideferias.blogspot.com/2015/10/como-e-arido-o-tarrafal.html

Ao  longo de vários espaços, espalhados pela fortaleza, somos convidados a perceber um pouco como foi ser preso politico naquela época, os desesperos, as dores, as dificuldades e a perseverança que ainda se sente, e que hoje foi contada na primeira pessoa, por quem viveu essa realidade.

Esta exposição temporária é um pouco do que poderemos ver em breve no novo museu que irá surgir naquele espaço e que irá ocupar dois pavilhões da fortaleza.

Visitar uma exposição é também um pretexto para conhecer melhor uma terra. Para quem não saiba, Peniche, “terra de resistência e de solidariedade”, foi uma ilha até ao século XV. No século XVII, nasce esta fortaleza, destinada a proteger melhor os pescadores e a sua terra, agora mais vulnerável por causa da ligação a terra. De posto avançado de defesa, com o passar dos tempos, esta fortaleza foi conhecendo outras realidades e neste momento, ergue-se orgulhosa da sua história, pronta para receber todos os visitantes.

Com tanta azafama acabei por nem conseguir almoçar e não foi fácil encontrar em Peniche um lugar que pelas 16h00 ainda servisse comida. Acabei na Boina Verde, pequeno e simples, comi uma excelente sopa de nabiças, acabada de fazer, uma bifana cujo pão foi comprado a correr e para terminar, um Pastel de Peniche, um dos doces típicos da cidade e confecionado pela dona deste espaço. Trata-se de um doce bastante simples mas muito delicioso, confecionado com massa tenra, bastante fina e estaladiça e recheado com creme de ovo e amêndoa. Ligeiramente frito em óleo, é coberto com um pouco de açúcar e canela, realmente de comer e chorar por mais.