De Barco a Descobrir a Ria, A Pé a Descobrir a Fábrica
Vale a pena descobrir a ria de Aveiro estando a navega-la
porque só assim entendemos mais facilmente a razão da economia local estar tão
assente nela.
Esta surge devido ao recuo do mar, que deu origem de uma
formação que constitui um dos mais belos acidentes geográficos da nossa costa.
É composta por quatro canais que ramificam em esteiros dando origem a inúmeras
pequenas ilhas. Nela desaguam os rios Vouga, Antuã, Boco e Fontão sendo que a
única comunicação com o mar é um canal que permite o acesso ao porto de Aveiro
de embarcações de grande porte.
A ria é rica em peixes e aves aquáticas e é utilizada para a
prática de inúmeros desportos náuticos. Para além disso, a produção de sal,
onde se continuam a utilizar técnicas antigas, ainda se mantem como uma
atividades tradicionais mais características da região. Aveiro, Ílhavo, Gafanha
da Nazaré, Estarreja, Ovar, Murtosa, Vagos e Mira, todas estas terras vivem
viradas para a sua ria.
Pelas suas margens descobrimos pescadores, o ainda grande
Porto de Aveiro, o Navio Museu Santo André, um bacalhoeiro que é mesmo tempo
uma homenagem à pesca do bacalhau, o Jardim Oudinot, e claro, a beleza natural
e ainda muito selvagem que banha as suas margens.
Foi de barco que chegamos à Fabrica de Bacalhau Barents e lá
dentro descobrimos como é agora processado o peixe e o que mudou desde os
tempos antigos. Enquanto que antigamente o peixe era salgado ainda fresco e
logo que era pescado, hoje os grandes navios pesqueiros congelam-no de
imediato. Só quando é importado e chega à fabrica é que é descongelado e se dá
inicio ao processo da salga. Mas também este processo mudou, hoje em dia a ASAE
proíbe a seca ao ar livre por causa de eventuais contaminações pelo que a salga
tem de ser feita dentro da fábrica. O peixe fica cerca de 21 dias a curar no
sal estando depois preparado para ser comercializado.
Não foram só os processos que se modificam bastante, a
fábrica dispõe de tecnologia que permite que o mesmo seja sempre manuseado
cumprindo todas as regras de higiene e de segurança.
Este ano na consoada, quando olhar melhor para o seu prato
de bacalhau vai vê-lo de certeza com outros olhos.
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