À Descoberta de Ílhavo

No inicio deste ciclo dedicado a Ílhavo comecei pelo fim, no meu primeiro texto contei-vos logo o final.
Agora vamos ao inicio. Descobri Ílhavo num fim de semana chuvoso de  Outono. Fizemo-nos à estrada e apesar do tempo, chato, devido à chuva miudinha e à humidade, fomos à descoberta desta terra de gente do mar.
O Lema, Festival de Gastronomia a Bordo, prometia uma mesa farta de bacalhau e não falhou, o resto, eram os complementos da travessa e incluíram a visita ao Museu Marítimo de Ílhavo e ao Barco Museu Santo André, a descoberta dos modernos processos de elaboração do bacalhau numa fábrica dos dias de hoje, um passeio pela Ria de Aveiro e o alojamento na região.
Vou levar-vos comigo ao longo destes dois dias e enquanto vos desenho as imagens de tudo o que vi espero conduzir-vos de forma a quererem conhecer um pouco mais deste fantástico Portugal.
Começamos no Traineira, um restaurante onde degustamos várias iguarias à volta do bacalhau mas onde o destaque vai para a Feijoada de Sames ou samos como lhes chamavam os bacalhoeiros. Trata-se da bexiga natatória do peixe, que se apresenta com uma textura mole mas de sabor delicioso. Não é uma iguaria fácil de encontrar à venda e já antigamente era algo que os pescadores raramente tinham acesso. Os sames são retirados da espinha do bacalhau, na altura da sua escala e antigamente eram limpos e salgados para serem consumidos mais tarde.
O bacalhau é sem duvida um dos elementos que mais se distingue na nossa gastronomia sendo que nada se desperdiçava e onde tudo era aproveitado. Sempre salgado para melhor se conservar, os homens de Ílhavo sabiam como conservar os vários componentes deste alimento rei. O Bacalhau, obrigatório à mesa de todos os portugueses na noite da consoada, faz parte da nossa tradição gastronómica sendo que dizem é possível confecionar mais de mil pratos com bacalhau.
Da história de Ílhavo, temos ainda os bravos homens do mar, marinheiros e capitães, que viveram a sua vida em função da “Faina Maior”, a captura do Bacalhau nos difíceis e bravos  mares da Terranova e da Gronelândia.
A reforçar essa tradição, a não perder em finais de Agosto, o Festival do Bacalhau, que se realiza no Jardim de Oudinot, e que é uma organização da Confraria Gastronómica do Bacalhau e do município local.

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