Paragem de Metro – Jardim Zoológico
Em Lisboa, o Jardim Zoológico é tão importante para a cidade
que até tem uma paragem de Metro com o seu nome.
E a cidade tem orgulho neste grande centro de proteção dos
animais selvagens que foi inaugurado em 1884, tendo sido o primeiro parque com
fauna e flora da Península Ibérica. Com mais de 130 anos o Jardim Zoológico não
envelhece, reinventa-se em cada ano, adaptando-se para procurar o melhor para
os animais. Orgulha-se de fazer parte da Associação Europeia de Zoo e Aquários,
sendo um membro fundador e um acérrimo defensor do bem-estar animal.
Hoje, para celebrar o Dia Mundial do Animal, fomos conhecer
as novidades do Zoo e descobrir todos os motivos para lá voltar.
Existem muitos factos curiosos para partilhar, por exemplo
no Zoo não tem ursos polares pelo facto de não fazer sentido eles viverem num
clima ameno como o que temos em Portugal.
Outro facto interessante é que o Zoo tem como um dos seus
grandes objetivos combater a extinção dos animais selvagens contribuindo para a
sua reprodução e posterior reintrodução no seu ambiente natural, grandes
exemplos de sucesso são sem dúvida o Adax e o Orix da Arábia que estavam
extintos na natureza e agora já não estão graças à intervenção do Zoo.
Este espaço está cheio de bebes, muitos já grandotes, que se
apresentam em família a quem os visita. Por exemplo as zebras, as que se
apresentam de fato às riscas diz-se que para enganar os seus predadores que as
confundem com uma enorme mancha bicolor, exibem com orgulho os seus dois
rebentos ou os dois tigres bebés que nasceram em maio mas que ainda estão
reservados dos nossos olhares em defesa da sua própria proteção e conforto.
No Jardim Zoológico o Tigre da Sumatra, de porte majestoso
não se livra de ter se esforçar para comer. Para simular ao máximo a vida
selvagem, a comida é pendurada em sacos de sarapilheira. Esta técnica de
enriquecimento ambiental ajuda a estimular os instintos essenciais para a
sobrevivência no seu meio ambiente natural.
Todos os animais são submetidos a técnicas de enriquecimento
ambiental. Por exemplo os chimpanzés para se manterem ocupados têm cordas para
se pendurar, outros animais para estarem protegidos dos ruídos têm cascatas de
água ou plantas com cheiro para afastar outros odores mais fortes e menos
naturais. Descobrimos que por aqui está tudo pensado até ao detalhe mais
pequeno uma vez que se procura recriar ao pormenor todas as características do
seu ambiente natural. Os animais vivem sozinhos ou em bando, copiando o seu
estado natural e procura-se que desenvolvam os mesmos músculos que lhe fazem
falta na natureza.
Os papagaios e as araras são animais especiais e que vivem
em cativeiro em casa, totalmente integrados na vida familiar. É preciso cuidado
quando se adquire um destes animais devendo solicitar-se na altura da compra o
certificado para ter a certeza de eles ou os seus ovos não foram retirados da
vida selvagem. Estes animais acasalam para a vida e quando desaparece o seu
companheiro eles não voltam a acasalar, outro facto curioso é que as aves têm
três tipos de penas: as penas de aquecimento, de voo e de revestimento
impermeável.
As mães cangurus são umas supermães uma vez que conseguem
ter até 3 bebés, em três estados diferentes de desenvolvimento, alimentando-os
com três tipos de leites diferentes.
Contam os mais antigos que o nome canguru nasceu por 1770
quando os ingleses perguntaram aos nativos que animal era aquele e receberam a
resposta numa língua estranha “não entendo”, em inglês soava a canguru e assim
foram batizados tendo ficado com esse nome até aos dias de hoje.
Os coalas machos vivem sozinhos e as fêmeas em grupo e
normalmente nunca bebem água, aliás, se beberem significa que algo se passa.
Diferenças entre cornos, chifres e hastes? A natureza tem
muita criatividade e adapta-se às necessidades de sobrevivência. O corno é
feito de osso, se cair não volta a crescer, o chifre é feito de queratina,
volta sempre a crescer e as hastes são feitas de osso, caem todos os anos e
voltam sempre a nascer.
Os camelos têm bossas cheias de gordura e conseguem beber
água salgada. Se tiverem muita sede e oportunidade atestam os seus
reservatórios com cerca de 200 litros o que é realmente extraordinário.
As sericaias ficaram famosas com os desenhos animados. São
animais curiosos e com um ar muito simpático contudo é preciso cuidado porque
são arquitetos fantásticos conseguindo escavar tuneis de quilómetros. Na sua
instalação no Zoo têm uma proteção de cimento para evitar que possam surgir num
ponto inesperado da cidade. A refeição pode ser programada de forma a mante-las
ocupadas por muito tempo. Hoje foi dia de esconder umas saborosas larvas de
escaravelho em papéis, dentro de sacas de papel. Acho que elas vão demorar
muito tempo a até encontrarem todas as larvas mas vão sem dúvida estar muito
ocupadas.
As girafas são animais extraordinários, basta pensar que
chegam aos 5,5 metros de altura e quando nascem já chegam aos dois metros.
Outro facto curioso são as suas manchas que se devem a um maior número de vasos
sanguíneos que permitem o seu arrefecimento.
Os elefantes, o maior animal terreste, também tem um lugar
no Zoo de Lisboa. Aqui vivem várias espécies do elefante africano (que se
distingue dos outros pelo formato da orelha, que tem a forma do continente
africano). Estes bichos adoram tomar banhos de lama para se refrescarem e na
natureza e aqui vivem em grupos matriarcais sendo que o macho vive sozinho. Os
elefantes têm 3 molares que vão nascendo ao longo da sua vida, quando o
terceiro molar cai acabam por morrer à fome devido à dificuldade em se
alimentarem.
As aves alimentam-se essencialmente de frutas, vegetais e
sementes. O espetáculo que podemos assistir todos os dias é construído com base
na confiança entre tratadores e animais sendo o humano visto como o líder do
bando.
Uma boa parte dos ursos que vivem por aqui foram resgatados
de circos, aqui residem num centro pedagógico que os ajuda a reaprenderem
velhos hábitos da sua vida em estado selvagem.
Um dia no Jardim Zoológico enche-nos a alma. Passar o dia
rodeado de animais e crianças ajuda-nos a aproximar daquilo que fomos e que
vamos esquecendo o à medida que vamos crescendo. Mesmo que seja adulto e não
tenha crianças ao seu cuidado deixe os preconceitos de lado e parta à descoberta
do Jardim Zoológico de Lisboa.
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