Tapas & Companhia em Moura
Sabem porque é que se chama assim? Porque comemos uns belos
petiscos e não nos faltou a boa companhia.
Estar em Moura, sem almoçar porque perdemos as horas a
visitar a cidade, às 16h00, é garantia de jejum forçado. Vamos no embalo de
Lisboa, em que está sempre tudo aberto a todas as horas, e acordamos de repente
para uma época em que o tempo era mais lento e havia horários para tudo. E nem
foi assim há tanto tempo porque eu lembro-me bem de uma altura em que como
havia horários para tudo, todos nós tínhamos mais tempo para viver os pequenos
prazeres da vida, de uma forma calma e tranquila.
Bem, voltando a Moura, às 16h00 de um domingo escaldante, em
que tudo parece estar meio adormecido, fomos bater à porta do único local que
servia pequenas refeições e que tinha gente. Estava fechado, lá dentro decorria
um almoço de amigos.
Sentimos que estávamos desgraçados, o desespero começou a
ocupar-nos a mente e o corpo. Estávamos cheios de fome e sem alternativas para
comer! Então as portas abrem-se e os sorrisos também. Fomos convidados a
entrar, recebidos de braços abertos e ofereceram-nos a melhor caldeirada que me
passou pelo palato nos últimos anos. Esse era o almoço destes amigos, que o partilharam
connosco e abdicaram do caldo que ia sobrar para o jantar e que estava
destinado a fazer uma saborosa massada de peixe.
Fomos convidados a comer com estes novos amigos, que não
conhecíamos mas que não nos fecharam a porta neste dia tão quente.
Comemos muito bem, o Chico tem uma mão divina para cozinhar
e convido-vos a espreitar a página de facebook para verem algumas das iguarias
que passam por aquelas mesas. Para além disso o Chico e o Luís cantam Cante
Alentejano mesmo como o coração e o Jorge, a Zeza, a Carmo e tantos outros
amigos encheram-nos de abraços e de atenção e tudo isto de uma forma tão
simples e tão sincera que nos tocou a todos profundamente.
Fizemos novos amigos sem esperar, fomos muito bem recebidos,
convidados a comer uma excelente refeição caseira e embalados pelo cante
alentejano e pelo saboroso vinho Antão Vaz, casta única, da Vidigueira. Sem
esperar, abriram-se todas as portas da verdadeira amizade, contamos histórias,
rimos como se não houvesse amanhã, trocamos vivências, prometemos novas
visitas, almoços e jantares, parecia que nos conhecíamos desde sempre.
Raramente encontro um local para comer onde uma boa refeição
seja servida com muita familiaridade. Eu gosto de comer fora mas adoro sentir
que não sou só uma cliente, que sou especial.
O Tapas & Companhia em Moura fez tudo isto de uma forma
natural só porque ali vive-se mesmo assim, de Tapas e de (Excelente) companhia.
Obrigada por serem como são!
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