Alentejo, verdes são os campos de cor de limão
Por estes dias a primavera leva no seu regaço uma nova
energia que assola o Alentejo. Antes da chegada dos fortes tons dourados do
verão, a primavera toma conta da paisagem, enchendo-a de verde, num belo
contraste com o azul brilhante do típico sol alentejano.
As temperaturas ainda não são abrasadoras e enquanto as cegonhas
preparam os ninhos, inebriadas pela chegada desta estação que renova a natureza,
a paisagem enche-se de flores campestres onde se destacam, claro, as singelas
papoilas.
Esta é sem dúvida a melhor altura do ano para conhecer o Alentejo,
as suas paisagens, os seus castelos e as suas terriolas ainda caiadas de branco.
Partir à descoberta desta região de Portugal é também
mergulhar na história do nosso país, uma vez que por aqui passaram fenícios,
celtas, visigodos, árabes e romanos sendo que todos eles deixaram um importante
legado histórico que permanece vivo até aos dias de hoje. Enquanto os romanos
deixaram escritos, mosaicos, cidades em ruínas, monumentos, civilizações mais
antigas deixaram outros legados como os monumentos megalíticos.
E, nos dias de hoje, recortados na bela paisagem alentejana,
é possível encontrar inúmeros castelos, alguns deles construídos sobre
mesquitas muçulmanas.
Tendo crescido com base na agricultura, na pecuária, na pesca
e na indústria como a cortiça, hoje em dia esta região deslumbra também pela
forte aposta no turismo, nomeadamente no turismo rural.
Arraiolos é uma vila tipicamente alentejana, sede de
concelho, situada no distrito de Évora, conhecida pelos seus típicos tapetes. Na
paisagem da região que é tipicamente alentejana, distingue-se o Castelo da Vila
com uma vista magnífica sobre o bonito casario branco e toda a natureza
circundante. É em Arraiolos que se encontra a enorme Igreja do Salvador, uma
interessante construção do século XVI, rodeada pelas muralhas. Na Vila, a
Igreja da Misericórdia, e a fonte rural Chafariz dos Almocreves, são
importantes legados patrimoniais.
Quem pensa em Arraiolos lembra-se de imediato dos
tradicionais tapetes, cuja arte remonta, aparentemente à época dos Mouros, no
século XII tendo atingindo o seu máximo esplendor com os motivos florais do
século XVIII. Os Bordados de Arraiolos são tapetes (ou almofadas) bordados com
lã de diversas cores, sobre uma tela de juta ou algodão, com padrões e designs
bastante variados. No mês de Maio tem lugar o evento “O Tapete Está na Rua” que
celebra a cultura local, juntando residentes e muitos visitantes em tardes e noites
de convívio animado.
Elvas é uma das principais cidades Alentejanas, sede de
município, próxima da fronteira com Espanha, construída dentro de muralhas em
forma de estrela. Toda a cidade é rica em património, contando ainda com um
imenso espólio de monumentos megalíticos e um bom acervo arqueológico da época
pré e romana. Da época medieval destaque para o Castelo do século XIII de
Elvas, a Igreja de São Domingos ou a Igreja de São Pedro do século XII.
O monumento mais simbólico da cidade é, possivelmente, o
grande Aqueduto da Amoreira. Este aqueduto, cuja construção se iniciou em 1498
e se prolongou até 1622, tem uma extensão de cerca 7.800 metros, com um total
de 843 arcos, chegando alguns a atingir mais de 30 metros.
Elvas apresenta ainda diversos núcleos museológicos de
grande interesse, como o Museu Municipal de Fotografia João Carpinteiro, o
Museu Militar, o de Arte contemporânea, o Museu Rural, o Etnográfico, o de
Arqueologia, o Museu do Ferrador e até o Museu da Cera da Piedade.
Quem vai até ao Alentejo não vem embora sem provar a
apelativa gastronomia da onde se destacam os pratos de porco, borrego, vitela,
as “Sopas Alentejanas”, ainda a açorda e as migas, tudo sempre muito bem regado
com os quentes e fortes vinhos alentejanos, de qualidade já reconhecida internacionalmente.
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