Ponte da Barca, onde a felicidade se veste de verde
Escolher Ponte da Barca é escolher um lugar onde o verde
ocupa cada canto, um lugar onde a vida ainda corre devagar, onde as pessoas se
sentam nas esplanadas enquanto se conversa animadamente e os miúdos riem alto,
saltitando por entre as cadeiras.
Escolher ponte da barca é escolher a natureza em estado
puro, ouvir as horas a passar devagar, ao ritmo do compasso lento do sino da
igreja.
Escolher Ponte da Barca é estar mesmo ao pé do Geres, da
Ecovia do Vez, em pleno Alto Minho, uma terra abraçada pelo Rio Lima e que
ainda serve muitos peregrinos a caminho de Santiago de Compostela. A ponte que
domina a paisagem, datada de 1450, une duas margens, une gentes e aproxima regiões.
Esta é uma terra rica, onde o granito se funde com as
paredes brancas e os canteiros de flores dão um toque colorido e cuidado à vila.
A não perder, os Paços do Concelho, o Pelourinho, o Mercado Pombalino e a
Igreja Matriz dedicada a S. João Baptista. Igualmente a não perder, a pesca da
lampreia no Rio Lima, os coutos de caça, os desportos náuticos, a praia fluvial
e claro a gastronomia com destaque para o presunto, a broa de milho, as papas
de sarrabulho, a posta barrosã, a lampreia, o cabrito, os vinhos e os doces
tradicionais.
Ponte da Barca integra a Reserva da Biosfera Transfronteiriça
Gerês-Xurés, declarada em maio de 2009 pela UNESCO e que inclui a Comunidade
Autónoma da Galiza e a Região Norte de Portugal, unindo o Parque Nacional da
Peneda-Gerês ao Parque Natural Baixa Limia - Serra do Xurés.
Casa Nobre do Correio Mor
Fiquei alojada na Casa Nobre do Correio Mor também conhecida
como “Casa dos Lacerdas”, uma grande casa senhorial do século XVII, com três
pisos e sótão, localizada no centro histórico da vila, que foi adaptada ao
turismo de habitação em 1999 disponibilizando dez quartos, espaço exterior e
piscina.
Distingue-se logo à chegada pela sua imponência. O seu
traçado antigo mantém-se, onde se destacam as nove sacadas filipinas em ferro
forjado, consideradas únicas na Península Ibérica. Com vista para o Vale do
Lima, a casa está repleta de pequenos detalhes que contam grandes histórias. O antigo
forno comunitário da vila continua majestoso e intacto e o Pátio na entrada
principal, ainda está atapetado de “gogo” do rio.
O desnível de que só temos perceção dentro da casa, bem como
o arco em granito, é a última lembrança de uma estrada que em tempos por ali
passou, sendo que a casa acesso a uma capela que mais tarde foi integrada na
Igreja Matriz, um monumento com altar barroco do século XVIII.
Cá fora, descobrem-se mais histórias, mesmo em frente
encontra-se o antigo caminho romano, via de comunicação por excelência, que
resistiu a passar do tempo, levando-nos a imaginar histórias que se perderam com
o passar dos séculos.
O nome da casa teve origem no início do século XIX, altura
em que o seu proprietário foi nomeado Correio-Mor. Dessa época, ainda existem
as argolas em ferro forjado cravadas em quase todas as ombreiras das portas
viradas para o exterior. Também o desgaste das pedras, do que é hoje a entrada
da casa, mostram que em tempos as diligências passavam por ali, com o correio
de toda a região.
Hoje é uma casa bem cuidada, com dez quartos todos eles
diferentes, carregados de pequenos pormenores que nos contam muitas histórias.
Mais um lugar para descobrir devagar, ao ritmo que se vive por aqui.
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