Marketing Sensorial ou Marketing Sensacional? Vinhos em Cena

“the pleasure of the glass resides manly in the mind”
 
Como uma apaixonada pelo marketing não pude deixar de ouvir, esta semana uma talk de Charles Spence, neuropsicólogo e professor da Universidade de Oxford que veio a Lisboa explicar como a estimulação sensorial influencia tudo o que comemos e bebemos, e como tudo isso se poderá aplicar em neuro marketing.
A explorar por muitos de nós, todo o potencial do vinho ou do chocolate, entre outros, cujo sabor e sensação pode ser potenciado, ou reduzido, conforme juntamos elementos externos como a música, o que nos leva a perceber que eventualmente o sabor final e as sensações que daí advém não estão na nossa boca mas no nosso cérebro. Assim, degustar um alimento, é uma experiencia, composta por um conjunto de sensações, que atuam sobre o resultado final sem nos apercebermos.
Existem alguns exemplos destas experiencias multissensoriais que nos ajudam a perceber melhor este conceito e eventualmente a perceber todo o seu alcance. Imagine por exemplo que desfruta de uma excelente refeição de peixe, não sabe muito melhor quando é junto ao mar? Possivelmente tal acontece porque o nosso cérebro capta o ruido do mar o que faz com que a refeição tenha uma outra leitura pela nossa mente. Assim, o ruido do mar, complementa a experiencia sensorial, melhorando-a substancialmente .
Um outro exemplo é a Finnair, esta companhia aérea, em voos de longo curso, colocou o som dos locais e onde provinham os alimentos, procurando assim, integrar o som na experiencia gastronómica, obtendo um retorno muito mais positivo dos passageiros impactados pela experiencia.
Quem estuda marketing aprende logo no inicio que se as expectativas que temos sobre um produto não correspondem à experiencia o cliente pode nunca mais regressar e que vai dar um feedback negativo, contudo, convém ter em conta que durante a mesma, tudo o que vimos ou vivemos bem como essas mesmas expectativas iniciais, determinam o resultado final. E podem ser fatores de que nem nos lembramos como um determinado tipo de música, o que levado ao detalhe, pode levar à criação de uma música, que visa condicionar o que sentimos durante uma degustação. O que nos leva até algumas marcas de champanhe, por exemplo, que se fizermos o scanner do rotulo da garrafa, temos acesso a uma lista de músicas que podemos escolher, para ouvir enquanto degustamos a bebida.
Jantares sensoriais parece ser uma nova tendência, que começa a ser descoberta pelas marcas, o que a leva à procura de que o cliente usufrua do máximo de sensações positivas, levando-o a continuar a procurar o produto e a recomenda-lo aos amigos e familiares.
Um novo mundo que se abre para o marketing, com uma infinidade de novas opções mas que têm como pano de fundo a capacidade de influenciar a escolha, sem que exista consciência de tal.
Esta talk, promovida pelos Vinhos em Cena, está inserida no evento que vai ter lugar nos dias 23 e 24 de março, no Teatro Tivoli BBVA, e que procura que se possam conhecer e provar vinhos de várias regiões vinícolas portuguesas, participar em provas comentadas por especialistas e assistir aos “Em Cena Com…”conversas entre personalidades das diversas áreas

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