Um Abraço Muito Especial em Cabeceiras de Basto

Foi hoje apresentado o projeto ‘Dá lã um abraço ao Mosteiro’. Esta iniciativa vai ser desenvolvida em conjunto com as Mulheres de Bucos e destina-se a criar uma rede de residentes e visitantes para um abraço ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos no dia 3 de junho.
Para percebermos melhor temos de saber que as Mulheres de Bucos dão vida à Casa da Lã, um verdadeiro núcleo museológico vivo que integra o Museu das Terras de Basto. Estas artesãs participam na dinamização da iniciativa através do ensinamento e apoio a todos os que queiram fazer um cachecol e participar no grande abraço.
O cachecol será em lã e será o resultado da criatividade de cada participante. Os participantes poderão adquirir a lã e, eventualmente, as agulhas nos estabelecimentos de venda destes produto.
O Município de Cabeceiras de Basto comemora neste dia, e com este abraço ao Mosteiro, o Dia Mundial da Criança, pelo que conta com a participação de toda a comunidade educativa, desafiando cada criança e jovem estudante a levar o seu cachecol para o abraço ao Mosteiro.
O cachecol poderá ser oferecido pelos participantes ao Mosteiro, comprometendo-se a Câmara Municipal a promover, posteriormente, uma exposição de cachecóis.
A Aldeia de Bucos fica localizada na orla da Serra da Cabreira. As caraterísticas geomorfológicas desta localidade permitiram que os seus habitantes, desde os tempos mais remotos, se dedicassem à criação de vastos rebanhos de ovelhas, numa oferta de alimento e de lã, matéria-prima esta, aliás, imprescindível na proteção e aquecimento.
As mulheres de Bucos, tal como muitas outras mulheres das aldeias da Serra da Cabreira, no tempo que restava entre o campo e a vida doméstica, dedicaram-se ao trabalho da lã, fiando-a e tecendo-a.
Atualmente, o trabalho da lã, não sendo a atividade principal das mulheres de Bucos, representa ainda um complemento importante para muitas famílias. Como tal, um grupo de dez mulheres desta freguesia foi construindo o hábito de se reunir, numa tarefa executada ainda de modo tradicional, que envolve desde o lavar ao tecer da lã à mão. Foi assim que de uma forma informal nasceu o grupo “Mulheres de Bucos”.
Sob a coordenação de Isabel Fernandes, quadro superior do Ministério da Cultura e colaboradora do Município, responsável pelo Museu das Terras de Basto, a Casa da Lã transforma-se num Núcleo Museológico daquele Museu. Constitui-se, assim, o principal cerne de interpretação do trabalho da lã, no qual é possível acompanhar a execução dos diversos processos desenvolvidos por estas mulheres, o que lhe confere o caráter de “Museu Vivo”.
Para além das peças mais antigas, como meias e cobertas, na Casa da Lã os visitantes podem obter também peças mais modernas, como echarpes, casacos, camisolas, cachecóis ou almofadas. Produtos totalmente confecionados pelas “Mulheres de Bucos”, com um registo tradicional e português.
A Casa da Lã pode ser visitada de segunda a sexta-feira, sendo que todas as quintas-feiras é possível encontrar o grupo de mulheres em plena atividade.

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