Festival Terras sem Sombras – Um Ótimo Pretexto para Descobrir o Alentejo

Estamos em Janeiro e no Alentejo, as primeiras árvores em flor e o verde dos campos trazem a esperança da renovação que chegará em breve, com a Primavera.
O casario, caiado a branco e pintalgado em tons fortes de amarelo ou azul são a promessa de um quente Verão mas enquanto tal não acontece, as noites frias convidam ao convívio e à degustação de sabores que ficam connosco como os enchidos, o pão, os queijos, os doces, bolos, vinhos entre tantos outros, tudo da terra, tudo original e único.
O Alentejo, terra imensa, é para descobrir devagar. Este fim de semana, embalados pelo Festival Terras sem Sombras, fomos muito além da música, aliás, a música aqui é um forte pretexto para mergulharmos a fundo nesta região com segredos e sabores que se desvendam aos poucos.
O festival começou mesmo agora, este fim de semana, e tem uma vasta programação, que nunca de repete, espalhado por terras que foram em tempos dos mouros e onde ainda hoje ouvimos histórias sobre belas princesas encantadas.
Este foi o fim de semana da Vidigueira, animado pelo movimento anormal de gentes nas ruas, vindas de vários países, dando uma cor especial ao ambiente.
Este foi o fim de semana de descobrir histórias, que vos vou contar devagarinho, ao longo do tempo, porque existe muito para mostrar.
Este foi o fim de semana onde, na Igreja de Vila de Frades, ouvimos o Spelman College Glee Club, uma referencia na tradição coral da Georgia, nos Estados Unidos, formado por jovens vozes femininas mas o que realmente ouvimos no sábado à noite na igreja, foram verdadeiras vozes de anjo, angelicas no tom, na emoção, na entrega com que deram um espetáculo memorável, num espaço totalmente repleto de gente.


Para além do momento musical, onde o encontro de culturas aparentemente tão diferentes tocou fundo em todos, o programa do património cultural incluía “Conhecer o Ciclo do Pão”, onde conhecemos técnicas e segredos antigos e atuais e compreendemos a importância deste alimento para a vida comunitária numa tradição que é transmitida de geração em geração.
Hoje, o Programa Biodiversidade incluía a visita à Barragem de Pedrogão, construída na sequencia da grande Barragem do Alqueva. O elevador dos peixes, que minimiza o efeito de barreira desta infraestrutura e as margens intocáveis do rio que guardam segredos ancestrais, levaram-nos por caminhos poucos conhecidos.
Um festival onde não se paga para participar, onde somos simplesmente convidados a participar.
Tudo o que foi visto não se esgota aqui, e se nos próximos tempos vos vou levar a ver pequenos segredos que descobri na Vidigueira, lanço-vos desde já o desafio de colocarem na lista de prioridades a descoberta do Festival Terras sem Sombra, que é já muito mais do que um festival de musica, sendo um forte estimulo à descoberta da cultura, da biodiversidade e do encontro entre povos.
Descubram a programação consultando o site: https://festivalterrassemsombra.org/ e este ano não adiem a visita ao Alentejo

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