Como Se Faz Um Vinho Licoroso?

Este texto é para os que estão a descobrir os prazeres do vinho mas ainda sabem muito pouco sobre a arte e os pequenos segredos por detrás das melhores produções.
Quando eu era miúda o meu pai tinha vinhas e produzia vinho mas isso não era nada de extraordinário, na aldeia dos meus pais todos faziam o mesmo. Nessa altura o vinho era uma tradição popular mas com pouco reconhecimento nacional e particamente nenhum internacional.
À margem estava o Vinho do Porto e o Vinho da Madeira, tudo o resto era produzido de forma muito artesanal e ao qual não se reconhecia relevância.
Isso já foi há muito tempo, o mundo mudou e as vinhas que ficaram esquecidas e abandonadas durante anos foram recuperadas, castas que se estavam a desaparecer ganharam um novo folego e vinhas novas nasceram e estão a nascer pelos 4 cantos de Portugal. A grande diferença para o tempo dos meus pais, sejam as uvas pisadas com os pés, à moda antiga como vi no Douro ou de forma mecânica como no Alentejo, a grande diferença é que agora os produtores sabem exatamente o que procuram e a aposta na formação veio trazer muita qualidade e claro reconhecimento mundial a este produto.
Para perceberem um pouco melhor a arte do vinho dou-vos o exemplo da Ervideira, onde estive recentemente e que lançou vinho licoroso alentejano de categoria premium, o primeiro vinho fortificado da produtora.
Como se chega a este tipo de vinho? Neste caso as uvas são da casta Tinta Caiada – escolhidas pela sua potência aromática, e capacidade de extração de cor. São uvas com um ciclo tardio - sendo sempre das últimas a vindimar -, de bago pequeno e com um sabor intenso. São colhidas durante a noite, quando a temperatura é mais baixa e transportadas num camião frigorífico, de forma a evitar a fermentação e a oxidação.
Após a chegada das uvas à adega estas são encaminhadas para lagares de pisa mecânica. Após o arranque da fermentação alcoólica o mosto é enriquecido em aguardante vínica. Posteriormente este vinho é envelhecido em barricas avinhadas em Carvalho Francês durante um período mínimo de 2 anos.
O sabor? É cheio de personalidade, garantidamente um vinho que vale a pena saborear.
 De acordo com Duarte Leal da Costa, Diretor Executivo da Ervideira, esta novidade surge porque “Depois de analisarmos o mercado, encontrámos aqui a oportunidade de mais uma aventura de criação vínica: um licoroso alentejano de categoria superior. Produzir este vinho foi como “lapidar” um diamante, e o resultado foi aquele que julgamos ser uma das próximas “joias da coroa” da Ervideira”.
Existe tanto para descobrir sobre a origem e a produção do vinho em Portugal que vale a pena fazer de turista e participar em algumas provas de vinhos, uma excelente forma de começar a despertar os nossos sentidos para o prazer de degustar estes néctares produzidos em Portugal e a ganhar muito reconhecimento a nível internacional

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