M de Marketing – O Futuro Pertence Àqueles que Hoje o Preparam
Para Estudos de Mercado estou a desenvolver uma proposta de
estudo para operadores turísticos que têm uma fatia das suas vendas assentes em
programação para o Brasil e que começam a ficar preocupadas com a evolução da
situação politica e social por lá. O futuro pertence àqueles que hoje o
preparam e neste caso poderá ser fundamental desenhar vários cenários de forma
a ter alternativas que sirvam a procura do mercado.
A propósito deste trabalho, e por causa da investigação que
tem de ser feita para servir de suporte ao mesmo encontrei um documento muito
interessante.
Chama-se “Online Travel 2020 Evolve, Expand or Expire” e é
da autoria da Amadeus. Lá dentro, ao longo de 16 paginas, são desenhadas várias
propostas de futuro e possíveis tendências das vendas de viagens online. Citando
os próprios, Amadeus usou o “planeamento de cenários para mapear tendências e
planear possíveis sequências de eventos que desenham uma imagem do que o futuro
pode trazer para os clientes das Agências de viagens online (OTA)”.
O estudo foi feito a partir de focus groups de
aproximadamente 50 especialistas da Amadeus experts de todo o mundo, do
resultado de 13 workshops com clientes provenientes de várias regiões do mundo
e dois focus groups de 25 clientes provenientes. Não retrata a realidade
portuguesa mas vale a pena conhecer porque dá que pensar.
Foram identificados 4 cenários:
A ascensão de Mega Operadores
Online Travel, ou seja, a consolidação entre os modelos de negócios OTA e
metasearch, bem como os aumento da publicidade on-line que poderia levar a um
novo tipo de operadores.
A introdução de operadores turísticos digitais: operadores
turísticos tradicionais e OTAs que se podem fundir de forma a obter melhores resultados.
Desde o manuseio de viagens complexas a serviços de uma nova geração, os operadores
turísticos digitais podem fornecer uma mistura de interação digital e humana de
forma a criar uma experiência de viagem personalizada.
O surgimento de operadores turísticos móveis mais
sofisticados, ou seja, imagine uma app que
acompanha o viajante ao longo de toda a jornada. Em vez de ser um complemento
ao canal de distribuição, o telemóvel poderia passar a ser o único meio de distribuição
e o único aplicativo que um viajante precisa ou que deseja.
Um novo mercado de viagens, com mais líderes de TI e gigantes
de e-commerce que criam procura para novas
plataformas inovadoras. Neste cenário os vários intervenientes unem-se e constroem sua própria plataforma de Travel
Marketplace onde funcionam OTAs, companhias aéreas, hotéis e outras empresas
relacionadas com viagens e onde vendem os seus produtos e serviços. Coloca-se
uma questão de fundo, como será possível os fornecedores usarem esta plataforma
para criar e manter uma relação com os seus clientes?
Quando olhamos para estes cenários pensamos que se trata de
uma verdadeira revolução e que pode ser prematuro pensar nisso, até pode ser
que sim mas à velocidade a que a internet nos está a obrigar a trabalhar vale a
pena pensar nestas abordagens.
Voltando ao estudo da Amadeus, que não vou dissecar na
integra porque merece uma leitura atenta por parte dos interessados, vou só mencionar
alguns aspetos práticos a ter em conta para chegar ao futuro.
Se pensarmos nos primeiro cenário, dos Mega Operadores
Online Travel, é preciso pensar que em termos de tecnologia são necessárias
ferramentas que desenvolvam uma lógica de Revenue Management que possam gerir conteúdos
que o cliente possa reservar, outros direcionados para o fornecedor e também de
publicidade; investimento em Ad content sourcing que permite agregar conteúdos próprios
ou delegar em especialistas nesta área e ainda o fornecimento de conteúdos de
referência.
No segundo cenário, dos Operadores Turísticos Digitais, prevê-se que em termos tecnológicos possa vir
a ser necessário o desenvolvimento em termos de ponto de venda, aqui a inovação
irá direcionar os consumidores para a marca. O ponto de venda usado pelos agentes
é igualmente um elemento-chave da experiência de compra para seus clientes
off-line.
A não esquecer a possibilidade de processar a venda de
pacotes complexos com a flexibilidade requerida pelo cliente final e pelos
fornecedores, de forma a que os sistemas automáticos possam controlar fraudes
que garantem a rentabilidade do negócio e ainda o fornecimento de conteúdo
adicional sobre o destino e a entrega de serviços de viagem, que terão de ser integrados
nos canais e disponibilizados aos consumidores, desde a partida até o último
dia da viagem.
Para um Operador turístico Mobile será essencial que se
adaptem todos os processos e procedimentos de forma a que se trabalhe melhor
este canal, a criação de chats com capacidade para reconhecimento automático da
língua utilizada numa logica de inteligência artificial, especialmente adaptados
para as várias situações/casos específicos e ainda uma plataforma de pagamento
com várias alternativas para o mesmo.
Por fim, no cenário do Travel Marketplace, é fundamental que
se pense em termos de tecnologia numa ferramenta de CRM de forma a gerir os
perfis dos consumidores e itinerários de viagem que conduzam o utilizador para
a compra dos produtos, uma loja online de cada parceiro, de forma a que possam
vender os seus produtos neste ecossistema e a capacidade de monitorizar as
transações entre parceiros e consumidores, de forma a assegurar a consolidação das
vendas e serviços mas que também conduzam a inovações e desenvolvimentos do
modelo de negócio.
Confusos com o futuro? É natural porque são cenários com
modelos bastante elaborados.
Acha que ainda estamos longe? Não se esqueça que o futuro pertence àqueles que hoje o preparam
e que as tecnologias e ferramentas eletrónicas não vieram facilitar a nossa vida,
vieram sim criar novas dinâmicas em todo o processo de vendas e ao qual é
fundamental que todos players se adaptem.
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